Eu tinha dez anos de idade quando tive que fazer meus primeiros pontos após ter me acidentado feio, isso é uma coisa muito importante na minha vida pois quase nunca tive momentos realmente dignos de escrever em algum lugar, e por isso irei descrever o que ocorreu para vocês, meu caro publico fantasma:
Lembro que eu morava num prédio bem alto e meu apartamento ficava lá em cima, não era lá um apartamento muito bom mas tinha uma coisa que hoje em dia seria digno de usar a palavra ''ostentação'', era uma puta sacada de vidro.
Tipo essa, só que menos ''ostentação''
Uma das coisas que eu tinha e que mais gostava era um golzinho, esses golzinhos geralmente são usados para jogar bola com os amigos na rua mas já que quando eu era mais novo eu parecia com o Kiko, eu escondia meu precioso golzinho no apartamento e jogava por lá mesmo, pro desespero da minha mãe
Por falta de um modelo igual, vale esse aí
E como não podia faltar eu tinha uma bola daquelas profissionais bem duras e bacanas.
Quem dera fosse uma Jabulani
Com todas essas coisas em mente, vamos pro dia do acidente, ou melhor, a madrugada.
Lembro que estava de madrugada e eu não conseguia dormir de jeito nenhum, resolvi gastar energia jogando bola escondido (na verdade não sei o porquê do meu atual repudio ao futebol, antigamente eu gostava, mas é claro jogando sozinho :/).
Eu fiz o que eu sempre fazia, colocava o golzinho na sala de estar, perigosamente perto da sacada e me colocava do outro lado da sala com a bola no pé. Tal qual um jogador de futebol (gordo) me pus a correr até o gol e quando cheguei bem perto percebi que não podia parar, mas como eu estava mais preocupado com meu gol só chutei a bola...
La se vai uma boa varanda ''ostentação''
Não me lembro muito bem se foi meu pé ou a bola que fez uma colisão tão forte no vidro que fez este se despedaçar por inteiro, mas me lembro que de qualquer forma enterrei meu pé no buraco, o que resultou num pé todo rasgado. Não sou um cara fresco com sangue, mas acho que foi a combinação dor insuportavel + sangue jorrando do pé que me fez esquecer diversas cenas seguintes, como se eu tivesse desmaiado.
Obviamente sobrevivi mas a cicatriz que levo como uma marca de guerra do pé esquerdo sempre me lembrará de uma de tão poucas aventuras de ''quase morte'' que tive.
